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Bezerra da Silva

Pra quem sabe ler um pingo é letra.

Não preciso fazer a cabeça, eu já nasci com ela.

Gosto de cachaça de alambique. Agora fui proibido de beber, mas bebo no fim-de-semana.

Gravo a realidade brasileira do povo faminto e marginalizado. Cada um entende de um jeito. O importante é vender. Artista bom é aquele que vende, segundo o mercado. Veja a frase ‘tem coca aí na geladeira’, frase que todo mundo diz, mas como é o Bezerra que canta, então sujou.
Obs.: Gabando-se de seus sucessos.

Isso é uma mentira, uma discriminação boba. Tudo depende da veia poética do sujeito. Você já imaginou se Deus deixasse eu fazer eu do jeito que quero, com a cuca que tenho? Eu seria verde, todo bonito. Ninguém ia ser igual a mim. Eu seria um sucesso, o cabelo de ouro, ia ser tudo comigo. Mas me fizeram um crioulo esquisito. Essa história de que branco não faz samba é mentira. E também tem crioulo que não faz samba. Artista nasce em qualquer lugar. Obs.: Quando é perguntado certa vez se achava que brancos não sabiam fazer samba.

O Sol nasceu pra todos, todos os colegas são bons. Cada um tratando de si. Eu acredito que o meio está pra todo mundo. Graças a Deus, muitos colegas estão fazendo sucesso. Um sambista carrega a bandeira do samba.
Obs.: Quando é questionado a respeito do novo pessoal do pagode.

Quando a música é feita por pobre, analfabeto ou crioulo, eles dizem que é pagode. Eu não aceito isso! Obs.: Falando que não gostava que o chamassem de pagodeiro.

Se vocês estão a fim de prender o ladrão. Podem voltar pelo mesmo caminho. O ladrão está escondido lá embaixo Atrás da gravata e do colarinho.

Dizem que sou malandro, cantor de bandido e até revoltado. Porque canto a realidade de um povo faminto e marginalizado.

Se gritar pega ladrão, não fica um, meu irmão…

Malandro é malandro, mané é mané.

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