Tom Jobim
A gente só leva da vida a vida que a gente leva
Eu vou morrer um dia, a música vai ficar…
No Brasil é tudo importado: eu, você, a língua, os índios, a cana-de-açúcar e o café.
Dediquei minha vida à música brasileira, porque já tem francês para escrever música francesa, americano para escrever música americana.
Carrego nas costas a cangalha de fazer música brasileira e me acusam de ser estrangeiro.
Eu não sou homem de negócios, não tenho apartamentos alugados, nem terrenos. O dinheiro que entra é para a casa, o carro, o uisquinho, a cervejinha.
É preciso sobreviver para atingir a idade da realização, para ser feliz. Não vale sair antes do jogo terminar.
Este é um país em que as prostitutas gozam, os traficantes cheiram e em que um carro usado vale mais que um carro novo. É ou não é um país de cabeça para baixo?
Outro dia, entrei no mato para piar um inhambu e o que saiu de trás da moita foi um Volkswagen.
O inglês é aquela língua de índio, uma coisa muito simples.
A gente não pode ser aquele garoto tímido toda a vida. Tem que se dar um pouco mais, chegar perto do público sem aquela armadura toda.
No Brasil, o sucesso é ofensa pessoal.
Nada melhor para a saúde do que um amor correspondido.
O dinheiro não é tudo. Não se esqueça também do ouro, os diamantes, da platina e das propriedades.
Quando uma árvore é cortada ela renasce em outro lugar. Quando eu morrer quero ir para esse lugar, onde as árvores vivem em paz.
Nenhuma situação é tão complicada que uma mulher não possa piorar.
Digo que minha música vem da natureza, agora mais do que nunca. Amo as árvores, as pedras, os passarinhos. Acho medonho que a gente esteja contribuindo para destruir essas coisas.
O Brasil não é para principiantes.
Sabe o que é melhor que ser bandalho ou galinha? Amar. O amor é a verdadeira sacanagem.